Em reuniões, essencialmente, olho à minha volta, olho-me e, a sensação, é de decrepitude, desgaste, premonição de lar da 3ª idade...
Imagino-me daqui por meia dúzia de anos, a concretizar um exercício/simulacro no Jardim!?...
Estou na minha sala, as crianças dispersas por cantos e actividades... Pego no apito (sinal combinado), sopro, engasgo-me, abro a boca sem fôlego e, as gengivas mirradas, deixam-me cair a dentadura... Com fala mastigada, grito: cuidado!... Baixo-me para apanhar a postiça, caem-me os óculos e, no meio de gargalhadas (uma dentadura no chão a rir é hilariante), ouço as lentes serem estilhaçadas por pés inocentes... Esforço-me por estabelecer alguma ordem na desgraça, que os putos consideram brincadeira... Não percebem o que digo, não vejo onde coloco os pés, tropeço num carrinho, caio e, o carrapito (penteado das velhas), prende-se no puxador da porta... A dor lancinante e a queda, ajudam os auriculares a soltarem-se... Muda, cega e surda, tento erguer-me e... Os aderentes da descartável encharcada rebentam...
Como salvar-me de tanto ultraje e humilhação?!...
Só um fogo real, ou a Mãe Natureza, sem encenações, com um maremoto, ou sismo...
Um mero e corriqueiro simulacro, deixa-me vexada e ultrajada para sempre na memória dos meninos... Vão recordar uma velha a perder acessórios, tipo filme antigo da Walt Disney...